1º Linha de Defesa “Obras Exteriores”

As “Obras Exteriores” correspondem à primeira linha de defesa e integram um hornaveque ou “obra coroa”, composto por dois meios baluartes unidos por uma cortina e fosso, trata-se de um reforço ao lado Norte, onde existe uma maior fragilidade. Esta primeira linha apresenta dois níveis de ataque: O nível superior é denominado de “caminho coberto” (porque aí se está a coberto do disparo inimigo), é um percurso circular, pontuado por guaritas, canhoneiras, paiolins e casamatas e acessos ao fosso.

Ao longo do percurso de cerca de 1.000 mt surgem “revelins” que reforçam a proteção às “cortinas” da segunda linha de defesa. Verificam-se ainda estrangulamentos de passagem ao logo do caminho coberto, os “traveses” que separam as diversas praças de armas.

No exterior a “esplanada”, modelada artificialmente, envolve o forte, podem observar-se as curiosas armadilhas denominadas de “covas de lobo”. No nível inferior uma “galeria de tiro” garante a defesa do fosso, através de um fogo que seria cruzado.

Fossos

Os fossos do Forte da Graça fazem a separação entre as três linhas de defesa. No fosso exterior, com 10 mt de largura, existe uma ponte que liga as obras exteriores a partir do “revelim das Salvas” a Sul, onde se localiza a Porta do Dragão, à Magistral através de uma porta monumental, existem ainda oito passagens menores, as “poternas” que facilitavam a circulação entre o 1º fosso e a magistral.

Os fossos são secos, mas excecionalmente a acompanhar a área Sul do fosso, existe um murete que de­nia um “espelho de água”.

No segundo fosso, localizam-se diversos paióis, adossados à contra-escarpa, revestidos com coberturas anti-bomba.

2º Linha de Defesa “Magistral”

A “Magistral” corresponde à segunda linha de defesa, uma estrutura quadrangular, com 150 mts de lado, com quatro baluartes nos vértices.

Ao nível interno, galerias abobadadas envoltas numa couraça anti-bomba, acompanham as cortinas e os vértices dos baluartes dianteiros, bem como canhoneiras nas faces dos baluartes, são “galerias de tiro”, que permitem um fogo cruzado em todo o perímetro do fosso e acessos pela contra escarpa ao 2º fosso.

No interior da Magistral existem ainda, paióis, cozinhas, latrinas e diversas dependências de apoio. Destaca-se uma sala denominada, de reuniões, que possui uma acústica singular.

Ao nível superior, com acesso pelo 2º fosso, o “terrapleno” que dispõe de canhoneiras simples, e no topo dos baluartes de canhoneiras cobertas, que oferecem proteção adicional, sobre estas, quartéis para o­ciais, mas já sem robustez.

3º Linhda de Defesa “Reduto”

O “reduto” é a ultima linha de defesa, uma torre octogonal constituída por vários níveis, com três ordens de baterias, rematadas por matacães localizados sobre as canhoneiras e portas de acesso.

No primeiro piso com acesso por quatro portas desenvolvesse o cruzeiro, coroado com uma cúpula tinha função religiosa (posteriormente truncada no seu tramo Sul), ao redor desenvolvem-se casamatas e canhoneiras, os acesos ao piso superior contam com dez escadas, oito das quais verticais. Escavada na rocha do subsolo está a cisterna, de grande capacidade, armazenava água das chuvas (não existe uma nascente no perímetro interno do forte).

O segundo piso apresenta um corredor em redor da cúpula e compartimentos radiais intercomunicantes, com funções diversas, apresentam fretas e canhoneiras para bater o terrapleno. Sobre este o terraço, onde se localizam os acessos aos matacães e parapeitos de tiro, e se recolhe a água das chuvas que alimenta a cisterna. Remata o conjunto a Casa do Governador, um palácio barroco de dois pisos e eirado, que se destaca pela sua raridade no panorama das fortalezas abaluartadas.